Repórter Jota Anderson
A dificuldade em concluir o ensino superior segue sendo um dos grandes desafios da educação no Brasil. Segundo dados mais recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 51% dos estudantes que ingressam em uma faculdade no país não chegam a se formar, mesmo três anos após o prazo previsto.
O índice é muito superior à média internacional, que está em 30%, e revela obstáculos estruturais e sociais que comprometem a formação acadêmica de milhões de jovens brasileiros.
Entre os fatores mais críticos, o estudo destaca o elevado número de abandono precoce: no Brasil, 1 em cada 4 universitários (25%) desiste do curso ainda no primeiro ano, praticamente o dobro da média da OCDE, que é de 13%.
Quando observada a taxa de conclusão dentro do prazo esperado, o país também apresenta desempenho inferior. Apenas 38% dos alunos brasileiros conseguem se formar no tempo regular, contra 49% na média internacional.
A baixa taxa de conclusão no ensino superior ajuda a explicar outro dado preocupante: somente 24% dos jovens adultos brasileiros possuem diploma universitário. O número coloca o Brasil atrás de diversos países emergentes e bem distante das nações mais desenvolvidas, onde o percentual costuma superar a metade da população nessa faixa etária.
Especialistas apontam que as causas da evasão universitária no Brasil vão desde dificuldades financeiras e falta de apoio estudantil até a necessidade de conciliar trabalho e estudo, o que leva muitos jovens a abandonar a graduação. Além disso, a desvalorização de determinadas carreiras e a percepção de retorno limitado do investimento educacional também influenciam as escolhas dos alunos.
Para a OCDE, melhorar a permanência e a conclusão no ensino superior brasileiro é essencial não apenas para ampliar o acesso à educação de qualidade, mas também para fortalecer a inserção profissional e a competitividade do país no cenário global.
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