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Uso de metanol em bebidas falsificadas acende alerta de saúde pública e mobiliza polícia em três estados

Repórter Jota Anderson
schedule Saturday, 04/10/2025 as 06:52

A série de intoxicações por metanol que já deixou ao menos onze vítimas no Brasil levantou um alerta nacional sobre o risco das bebidas falsificadas e colocou as autoridades de saúde e segurança em estado de mobilização. A principal suspeita é de que o produto químico, altamente tóxico, tenha sido usado na limpeza de garrafas reutilizadas por fábricas clandestinas.

Investigação aponta contaminação na higienização

A Polícia Civil de São Paulo apura se quadrilhas especializadas em falsificação de bebidas estariam utilizando metanol — um solvente industrial e combustível — para desinfetar garrafas de destilados como vodca, gin e uísque. Segundo os investigadores, o líquido residual, mesmo em pequenas quantidades, pode causar intoxicação grave e até a morte quando misturado à bebida consumida.

As apurações indicam que garrafas originais descartadas em bares e restaurantes estariam sendo coletadas e revendidas a fábricas ilegais. O processo de limpeza irregular, possivelmente com metanol, deixaria resíduos no recipiente antes do envase da bebida falsificada.

Mortes e rastreamento

As primeiras ocorrências foram registradas em São Paulo, mas casos semelhantes já foram confirmados em Pernambuco e no Distrito Federal. A partir das vítimas, policiais refizeram o trajeto das bebidas consumidas até chegar às distribuidoras e, posteriormente, às fábricas clandestinas. Nenhum suspeito foi preso até o momento, e a origem do metanol ainda é desconhecida.

Sintomas e risco à saúde

O metanol é uma substância usada em solventes, combustíveis e produtos de limpeza industrial. No organismo humano, causa danos severos ao sistema nervoso central, podendo levar à cegueira e falência múltipla de órgãos. Segundo toxicologistas, a ingestão de 10 mililitros já é suficiente para provocar sintomas graves como dor de cabeça intensa, tontura, náuseas e dificuldade para respirar.

Autoridades de saúde recomendam que consumidores evitem bebidas de procedência duvidosa e desconfiem de preços muito abaixo do mercado. A Anvisa e o Ministério da Justiça estudam reforçar campanhas de conscientização e ampliar a fiscalização de bebidas alcoólicas em todo o país.

Reação no Congresso: endurecimento das penas

Na quinta-feira, após as mortes associadas à presença do solvente serem confirmadas em São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal, a Câmara dos Deputados acelerou a tramitação de um projeto de lei que torna crime hediondo a adulteração de bebidas alcoólicas ou alimentos.
A proposta, apoiada por diferentes bancadas, prevê penas mais severas e o endurecimento das regras de fiscalização. Parlamentares afirmam que o aumento dos casos de intoxicação evidencia a necessidade de uma resposta rápida e exemplar por parte do Estado.

Crescimento da falsificação preocupa autoridades

Dados da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) indicam que o número de fábricas clandestinas interditadas no país saltou de 12, em 2020, para 80 em 2024 — um aumento de mais de 560%. O avanço revela a expansão de um mercado paralelo que ameaça não apenas a economia formal, mas a segurança alimentar e a saúde pública em todo o país.

 

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