Repórter Jota Anderson
Os amigos leitores acompanham aqui uma conversa com o Coronel PM Valmor Saraiva Racorti, comandante do Comando de Policiamento de Choque (CPChoq), da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Conheço-o desde os tempos em que ele era major subcomandante da ROTA. Escrevemos juntos, em 2022, o artigo científico Psicopatas e autor de ataque ativo, publicado na conceituada revista Síntese: Direito Penal e Processual Penal, n. 135, agosto-setembro de 2022, pp. 53-68, além de outros artigos de divulgação em jornais, sites e blogs diversos.
O Coronel PM Racorti é, na minha opinião, um dos mais destacados oficiais superiores da PMESP, quer pela sua humildade enquanto ser humano, quer pela sua competência intelectual, quer pela coragem de abordar certos temas um tanto complexos de modo firme, mas sereno e bem fundamentado. Sou-lhe muito grato pela entrevista e pelos ensinamentos dele recebidos.
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Poderia dizer, de modo resumido, em que consiste cada Batalhão de Choque da PMESP e suas respectivas funções.
Qual é o grande desafio e a grande gratificação do comandante do CPChq em 2025?
O grande desafio é manter a tropa altamente preparada, motivada e integrada para enfrentar cenários cada vez mais complexos, seja no combate ao crime organizado, seja em operações de preservação da ordem. Isso exige administrar recursos limitados, investir em treinamento constante e preservar a saúde física e mental do policial.
A grande gratificação é ver que cada esforço se traduz em vidas salvas e sociedade protegida, além da certeza de que o Choque segue sendo uma tropa de referência, admirada dentro e fora do Brasil.
Comente um pouco sobre sua carreira na PMESP, desde a Academia ao posto máximo de Coronel.
Ingressei na Academia com o propósito de servir. Desde então, percorri todas as etapas: de aspirante a oficial em patrulhas de rua, passando por operações intensas em unidades especializadas, até chegar ao comando de batalhões e, hoje, ao posto máximo de Coronel. Cada fase me trouxe aprendizado, sacrifícios e conquistas, mas principalmente a certeza de que a vida dedicada ao serviço público é a maior honra que um policial pode ter.
O legado às futuras gerações...
Acredito que legado não se resume a operações marcantes, mas sim à formação de valores sólidos. Quero deixar como herança um Choque cada vez mais profissional, com doutrina estruturada, protocolos padronizados, cultura de respeito à sociedade e, acima de tudo, líderes preparados para seguir a missão com amor e responsabilidade.
O tempo de trabalho de um Coronel na ativa é relativamente breve… Como lida com isso?
Lido com a consciência de que cada dia importa. Não penso na brevidade, mas no impacto que é possível gerar. A missão é preparar sucessores, consolidar estruturas e reforçar valores que permanecem muito além do tempo de comando. O que fica não é o cargo, mas a marca deixada na tropa e na instituição.
Uma mensagem final aos leitores...
Ser policial é viver diariamente um ato de amor. Amor à vida, à sociedade e à farda que carregamos. O caminho é árduo: administrar recursos, treinar continuamente, manter o ambiente sereno em meio a crises e enfrentar o combate incancelável contra o crime organizado. Mas é justamente nesses desafios que encontramos a motivação maior: servir ao povo paulista com honra, coragem e dedicação inabalável.
(Por: Vanderlei de Lima).
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