
Pesquisa mostra recorde de abstinência no país, mas alerta para a falsa percepção de consumo moderado e para o alto número de mortes e internações relacionadas ao álcool
Uma mudança significativa no comportamento dos brasileiros em relação ao álcool vem ganhando destaque neste ano. De acordo com uma pesquisa do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), realizada em parceria com o Ipsos-Ipec, 64% da população afirma não ter consumido bebidas alcoólicas em 2025. Trata-se do maior índice de abstinência já registrado pelo levantamento.
O resultado representa um avanço expressivo em comparação a 2023, quando 55% dos entrevistados disseram estar longe do álcool. O crescimento é impulsionado principalmente pelos jovens de 18 a 34 anos: nesse grupo, a taxa de abstinência saltou de 46% para 64% no período analisado.
A pesquisa também indica que a tendência é mais forte entre pessoas com ensino superior, moradores da região Sudeste e integrantes das classes A e B, reforçando o perfil de quem mais tem adotado hábitos de vida considerados mais saudáveis.
Apesar da queda no número de consumidores, o levantamento acende um alerta sobre o consumo abusivo. Entre aqueles que bebem, 82% acreditam que fazem uso moderado do álcool — mesmo quando ultrapassam os limites de segurança recomendados por órgãos de saúde.
Os impactos continuam evidentes nas estatísticas de saúde pública. O Brasil ainda registra números elevados de mortes e internações relacionadas ao álcool: foram mais de 73 mil óbitos em 2023 e cerca de 418 mil hospitalizações em 2024.
Especialistas afirmam que os dados mostram uma mudança cultural em curso, mas reforçam a necessidade de ampliar campanhas de conscientização, especialmente entre quem ainda não reconhece os riscos do consumo exagerado.
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