Nova estratégia do governo federal quer transformar dívida dos planos de saúde em atendimentos especializados para pacientes do SUS.
Esperar meses por uma consulta com o cardiologista ou por uma cirurgia oftalmológica pode estar com os dias contados para milhares de brasileiros. O novo programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, pretende acelerar os atendimentos especializados no SUS usando uma via inusitada: as dívidas das operadoras privadas.
O plano é simples. As empresas de planos de saúde que devem ao SUS mais de R$ 1 bilhão poderão converter parte dessa dívida em atendimentos gratuitos à população. Em troca, passarão a realizar exames, consultas e cirurgias para usuários do sistema público em hospitais e clínicas privadas.
Nesta primeira fase, o foco estará nas especialidades com maior fila de espera: oncologia, ortopedia, oftalmologia, ginecologia, otorrinolaringologia, cardiologia e cirurgia geral. O governo estima que cerca de R$ 750 milhões em atendimentos sejam ofertados já nos próximos meses.
A regulação continuará nas mãos dos estados e municípios. Ao procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), o paciente será encaminhado à central de regulação, que decidirá se ele será atendido em uma unidade pública ou numa clínica privada parceira do programa.
Para participar, os planos precisam demonstrar estrutura suficiente: no mínimo 100 mil atendimentos por mês (ou 50 mil em regiões mais carentes). A adesão é voluntária, e as regras detalhadas sairão em edital nos próximos dias. A expectativa é que os primeiros atendimentos comecem ainda em agosto.
A iniciativa é considerada emergencial e visa dar um alívio imediato à sobrecarga do sistema público, ao mesmo tempo em que cobra responsabilidade das operadoras privadas. Uma tentativa de transformar uma dívida bilionária em solução concreta para quem mais precisa.
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